Novos motores exigirão mais cuidados

Quando foi anunciada a Fase 7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve-P7) para veículos pesados, já se sabia que manter o ar mais puro ia dar trabalho. Literalmente. Os motores mais eficientes que passam a equipar veículos comerciais a partir de janeiro de 2012 podem prometer economia de combustível e redução de 60% de óxido de nitrogênio e 80% das emissões de material particulado. Mas são os frotistas e condutores que vão ter de cuidar da manutenção extra.
 
Por isso alguns fabricantes, como Mercedes-Benz, Ford e MAN/Volkswagen, criaram programas de treinamento. A nova tecnologia de motores requer o uso de diesel com menos teor de enxofre e, na maioria dos casos, a adição do fluido Arla 32, responsável pelo pós-tratamento dos gases de escape. O produto é utilizado no sistema SCR, que se caracteriza pela redução catalítica seletiva dos gases do escapamento. Foi a tecnologia adotada por todas as fabricantes que estão no mercado brasileiro – a alemã MAN e a chinesa Foton também oferecem o sistema EGR, que reaproveita os gases de exaustão e dispensa o uso do Arla 32.
 
Ajuda
Em todos os veículos, o motorista contará com a ajuda de um indicador no painel do nível de Arla 32, para saber o momento certo de reabastecer o tanque do fluido. O tanque que comporta o produto precisará, então, ser preenchido a cada três ou quatro reabastecimentos de diesel. “Se o condutor insistir em deixar o tanque do fluido vazio, o conjunto mecânico irá perder potência gradativamente, até que o reabastecimento se torne compulsório”, explica Sérgio Foratto, supervisor de treinamento técnico da Mercedes-Benz. O produto estará disponível na rede de distribuidores das marcas e também será comercializado nos postos de combustível.
 
“As concessionárias irão desenvolver um programa de treinamento para frotistas, para que eles possam repassar as informações a seus trabalhadores. No caso dos motoristas autônomos, o esforço ficará concentrado na entrega técnica do produto, quando a nova tecnologia será detalhada para o cliente”, afirma Sérgio Beraldo, gerente de desenvolvimento da rede do grupo MAN/Volkswagen Caminhões e Ônibus. “Os distribuidores também irão mostrar aos novos proprietários o modo de condução adequado para que os veículos efetivamente cumpram os níveis previstos pelo Proconve P-7”, garante Ricardo Olivati, coordenador de treinamento da Ford Caminhões. A fabricante também criou uma página educativa em seu site para explicar os benefícios econômicos da tecnologia para o motorista, que dependem da atualização correta. A Ford afirma que, se operados corretamente, os motores com as novas tecnologias poderão oferecer de 5% a 7% de economia no consumo de combustível..
 
Diesel terá que mudar nos postos do País
Além do reabastecimento com Arla 32, a manutenção adequada dos veículos comerciais “P-7” exige o uso do diesel S-50, com menos enxofre – 50 partes por milhão (ppm) de enxofre contra os atuais S-500 e S-1.800, com 500 e 1.800 ppm. A Petrobras será a responsável pela distribuição do produto e garante que a rede de postos poderá atender a nova demanda a partir de janeiro de 2012. O diesel S-50 será oferecido em 14 pólos primários: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. A partir desses pontos, o combustível será distribuído para postos espalhados por todo o País. A estatal petrolífera irá divulgar o preço final do produto até o fim do ano. A partir de 2013, o S-50 será substituído pelo S-10, ainda menos poluente.
 
As fabricantes afirmam que a utilização do diesel vendido atualmente irá comprometer a conservação e o desempenho dos motores e poderá determinar até mesmo a perda da garantia do veículo. “O uso do diesel inadequado também irá eliminar os ganhos de eficiência e economia de combustível que podem ser alcançados se o motorista utilizar o veículo da forma indicada, abastecendo sempre com diesel S-50 e Arla 32”, reforça Sérgio Foratto, supervisor de treinamento técnico da Mercedes-Benz.

Fonte: Notícia 03/12/2011 | site: Correio do Estado


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